domingo, 31 de maio de 2009

Texto do livro de poesias "Arcos e Frestas"



Trilhos do tempo:

Lá vai o tempo caminhando
feito um trem deslizando
pelos trilhos infinitos do destino.
Antigamente ele passava devagar,
com passadas mais lentas,
e entre uma estação e outra
era possível ver a beleza em cada uma delas.
Pela janela dava tempo até de ver a paisagem
que nos acenava durante toda a travessia.
O trem passava vagarosamente,
deixando um rastro de fumaça
como sinal de sua passagem.
Uma parte dessa fumaça
foi dissipada pelo vento do esquecimento;
a outra parte se transformou em nuvens,
que se espalham pelo horizonte da lembrança.
Hoje, o tempo é um trem
que passa depressa demais.
De uma estação à outra é um “flash”.
Recolhe e despeja passageiros
numa velocidade tal,
que nem seque nos damos conta
de quem nos acompanha na viagem.
Não tem fumaça,
muito menos espaço para lembranças.
Tudo acontece muito rapidamente.
Os trem modernos
são até conhecidos como “trem bala”,
pois passam como se fossem um disparo.
Feito um disparo de uma bala,
que muitas vezes fere
e outras vezes mata.

(Paulo Cesar Paschoalini)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Técnicas de Meditação - 05




Terapia de Liberação de Imagens do Inconsciente (ou Regressão Vidas Passadas/Progressão Vidas Futuras)

A TLI, como é chamada esta terapia, é uma adaptação à Terapia de Regressão Vidas Passadas e Progressão Vidas futuras, envolvendo a aplicação da Respiração Holotrópica, da Indução Hipnótica e Musicoterapia.
A terapia vem sendo desenvolvida em conjunto com uma aluna de psicologia, com o intuito de aplicação mais ampla, aos mais diversos grupos de pacientes sem que haja qualquer bloqueio ou constrangimento cultural ou religioso para o sucesso da técnica.
Costumamos salientar que as imagens vividas durante a sessão podem ser compreendidas de diversas formas: podem ser regressão ou progressão, acesso à memoria genética, acesso ao inconsciente coletivo ou simples liberações de imagens do próprio inconsciente do paciente.
Devido ao fato da cultura ocidental ainda não estar muito familiarizada com a idéia de reencarnação, evitamos o conceito de vidas passadas ou futuras, adotando a idéia de que as passagens que virão durante o processo serão espécies de sonhos em estado de consciência alterada.
Começamos a sessão com uma leve indução hipnótica, num ambiente sem influência externa e com músicas relaxantes ao fundo. Após o paciente dar sinais de relaxamento, iniciamos a Respiração Holotrópica por alguns minutos como forma de ativar os pontos de energia e liberar os canais para que a indução flua de forma mais intensa.
Em seguida, ao primeiro sinal de catarse, sugerimos o retorno à respiração profunda e a visualização de um ambiente mental onde todas as experiências, presente, passadas e futuras, estão dispostas em uma estante, numa grande sala, e acessível ao paciente. Podemos tanto induzir a situações da vida atual, de experiências passadas, de probabilidades futuras ou mesmo deixar por conta da intuição do paciente. Lembramos que para pacientes que não aceitam o conceito de reencarnação, instruímos que os volumes passados e futuros são mensagens oníricas para liberação de traumas através de metáforas.
O acesso a esses volumes é o início da viagem pela história desejada ou necessária para cura. Nesse instante, a música deixa de ser indutiva e passa a ser mais lenta e ritmada, com sons geralmente difusos para facilitar o fluir dos estados emocionais em forma de imagens.
Durante a experiência vivida pelo paciente, conforme a forma em que ele se encontre envolvido na história, podemos sugerir para que se dissocie dos fatos, tornando-se apenas um expectador do desenrolar do filme do inconsciente, como forma de preservar o seu equilíbrio emocional.
Para pacientes que aceitam o conceito de reencarnação e encontram-se à vontade em viver as situações propostas pelo seu inconsciente, sejam elas alegres ou dolorosas, sugerimos que se vá até o momento da morte a fim de resgatar todo o significado vivido durante aquela passagem. Depois disso, ainda é possível acessar outras histórias sem perder o ponto de indução.
Através da experiência cujas cobaias fomos nós mesmos (eu e a estudante de psicologia), percebemos que três passagens diferentes são o número ideal, pelo menos sob nosso modo de enxergar, para se obter bons resultados nesta terapia, uma vez que a primeira geralmente é um pouco confusa, alcançando um estágio mais aprofundado e controlado na segunda e, na grande maioria das vezes devido ao domínio já estabelecido sobre a técnica, uma revelação fundamental na terceira fase.
Ao final, trocamos novamente de música, colocando algo um pouco mais alegre e num ritmo levemente mais acelerado como âncora para trazer de volta o paciente ao ambiente da sala e ao momento presente.
O estilo das músicas utilizadas durante a sessão pode levar a situações um pouco mais conduzidas de acesso a memória, o que nos fez perceber a necessidade de lançar mão de princípios de musicoterapia ao se criar diversas seqüências de três músicas chamadas respectivamente de indução, liberação e retorno, com sonoridades variadas: clássica, religiosa, celta, ancestral, andina, etc...
(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

Técnicas de Meditação - 04




Renascimento (ou Reedição de Memória)

O Renascimento é uma técnica que se assemelha muito à Respiração Holotrópica. Todo o procedimento usado segue praticamente a mesma cartilha até o ponto de início da respiração circular. Nesse caso, porém, a respiração é menos intensa, embora ainda circular e ininterrupta, chegando muito próximo à respiração cotidiana, e a velocidade também é pouco acima da usual.
Outro fator de diferenciação é a indução desde o início do processo através de frases, situações e idéias que levem o paciente à sua memória remota, inclusive intra uterina.
No momento em que o paciente esboça os primeiros sinais de que atingiu o estado de regressão e antes mesmo das tetanias, diferentemente da Terapia da Respiração, começa-se a indução ao renascimento sugerindo a posição fetal e o aumento no ritmo da respiração. Nesse instante o corpo do paciente deve ser comprimido e balançado de forma a relembrar o útero materno e, a partir do momento em que seus movimentos indiquem o instante do parto, o paciente deve ser “retirado de dentro do útero” pela cabeça, simulando todos os detalhes do nascimento.
É importante salientar que atrasos no parto, cordão sobre o pescoço, partos induzidos, nascimento de gêmeos e outros fatores ocorridos no nascimento real do paciente devem ser considerados na simulação do parto para que a vivência do fato seja a mais realista possível.
O acesso à memória dos momentos do nascimento através da catarse provocada pela técnica podem levar o paciente a liberar traumas parentais que podem estar provocando grande parte dos problemas, travas e limitações de uma vida inteira.
Após o “parto”, o paciente deve ser abraçado e acariciado, de preferência por um casal que possa representar seus pais, para que o “bebê” sinta-se seguro e amado. Em seguida, deve-se deitá-lo para que, a seu tempo, retorne sua memória ao momento presente. No caso da impossibilidade de assistência por outro profissional ou ajudante, o terapeuta deve tomar a posição de protetor do renascido.
Costuma-se conversar com o paciente ao término do “estado de nascimento” como terapia verbal complementar, de grande importância para conclusão do processo.
(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

Técnicas de Meditação - 03




Indução Hipnótica

A Indução Hipnótica é hoje uma importante ferramenta para o tratamento de traumas, sustos, fobias, medos, complexos e outros estados indesejados de nosso consciente.
O objetivo inicial é abrir as portas do inconsciente do paciente a fim de descobrir as origens desses problemas. A indução pode tanto ser dirigida para o nível cerebral alfa, deixando o paciente consciente dos fatos, como pode ser aprofundada até o estágio de sono profundo, onde o paciente não está consciente do processo.
Por esse motivo e também por tornar o paciente vulnerável a sugestões às vezes indesejadas ou perigosas, é fundamental que o terapeuta tenha amplo conhecimento da técnica e aja com ética, informando antecipadamente ao paciente sobre o método que será utilizado, com o intuito de que este escolha sobre submeter-se ou não a ele.
Sabe-se, por exemplo, que algumas pessoas que trabalham com o grande público usam indevidamente mensagens subliminares em suas práticas como forma de alcançar objetivos pessoais, o que é totalmente condenável quando se trata de Terapia Holística.
É bastante comum ocorrer durante o processo de acesso ao inconsciente o aflorar de emoções reprimidas uma vez que a barreira do consciente serve de proteção psíquica, filtrando as emoções numa tentativa de equilibrar nossos estados. Esse reter de emoções, no entanto, pode gerar efeitos psicossomáticos indesejáveis que por vezes são externados durante a sessão.
Alguns aspectos fundamentais para obter-se um bom resultado na indução hipnótica referem-se ao ambiente onde o paciente será submetido ao tratamento. É fundamental que a sala proporcione privacidade, estando livre de influências externas. A iluminação deve ser bastante suave e fraca, usando-se de preferência lâmpadas que reflitam a cor azul por ser esta a cor mais apropriada para o relaxamento.
Uma música suave e repetitiva, com batida por volta de 45 a 72 por minuto, torna o paciente muito mais suscetível à hipnose, uma vez que reproduz o ritmo do coração em estado de repouso.
Outra técnica importante é o uso da contagem regressiva enquanto se busca o relaxamento do corpo, induzindo a um nível cada vez mais profundo de relaxamento a cada número contado. A voz do terapeuta ou da gravação indutiva deve ter um estilo padronizado e compassado, formando uma onda de voz de 45 a 60 batimentos por minuto para que a sugestão verbal atinja o inconsciente do paciente sem que este desperte do estado em que se encontra.
Vale lembrar que o ritmo das ondas cerebrais variam de uma freqüência quase zero até 28 hertz e dividem-se em quatro principais estágios: estado beta ou acordado, onde as ondas variam de 14 a 28 hertz; estado alfa ou relaxado, onde as ondas variam de 7 a 14 hertz; estado teta ou sono, onde as ondas variam de 4 a 7 hertz; e estado delta ou sono profundo, onde as ondas variam de quase zero a 4 hertz.
Os três estados mais lentos são apropriados para a hipnose, sendo mais inconsciente a medida que se diminui a freqüência, conforme já citado no começo do texto. A hipnose leve flutua desde o início do estado alfa até bem próximo do final do estado teta e a hipnose profunda age no estado delta.
A programação pré-hipnótica através da lembrança de estados mentais anteriores também é muito útil ao processo.
Com esses elementos bem equilibrados a chance de sucesso da técnica são muito altas, restando ao terapeuta o cuidado e a atenção necessária que tal procedimento exige. É importante ressaltar que nosso consciente é aproximadamente 10% do total de nossa potencialidade mental. Assim como um iceberg, a maior potencialidade esconde-se abaixo da superfície, ou seja, da consciência, sendo de suma importância a aplicação de métodos que desvendem o inconsciente do paciente.
(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

Técnicas de Meditação - 02




Terapia da Respiração

A Terapia da Respiração (também conhecida como Respiração Holotrópica, Respiração Circular ou Hiperventilação) é uma técnica muito usada como ferramenta no processo de indução ao Renascimento, podendo, porém, ser trabalhada separadamente, com o objetivo de equilibrar a energia do corpo apenas com o fluxo de respiração, sem a necessidade de utilizar-se da mente, como é o caso da condução ao Renascimento.
O exercício consiste em realizar os tempos de inspiração e expiração ininterruptamente, não utilizando-se dos intervalos de espaço cheio e vazio, tornado a respiração um movimento circular e provocando a hiperventilação ou hiper oxigenação do corpo (daí também ser chamada de Respiração Circular ou Hiperventilação). Além disso, a respiração deve situar-se no tórax como forma de ativar o quarto chacra e provocar a liberação de emoções ou traumas armazenados nele e impregnados na memória celular por todo o corpo.
O simples fato de hiper oxigenar as células já provoca uma mudança no estado químico das mesmas, produzindo a descarga de determinados elementos aprisionados nelas e, conseqüentemente, nos órgãos, na grande maioria da vezes, por ocasião de medos, sustos e traumas. A liberação química promove uma limpeza celular e a reorganização de sua memória, afetando diretamente no comportamento psicoemocional através do estado de catarse provocado pela respiração.
É aí que o processo terapêutico pode ser notado. Com a liberação químico/emocional causada pela hiperventilação, o paciente começa a reviver e trabalhar suas emoções, seus medos e traumas com a capacidade de análise pelas experiências atuais, tornando muito mais fácil a compreensão de fatos pouco compreendidos à época desses acontecimentos.
Quanto ao ritmo, à intensidade e ao modo, as variações induzirão a propósitos diferentes. No modo bucal a liberação químico/emocional será mais intensa, enquanto que no modo nasal será mais profunda. A respiração lenta e profunda leva a um gradual acúmulo e circulação de energia pelos canais de ligação aos chacras. Já a respiração arfante e superficial conduz a uma descarga emocional intensa.
Descreverei, abaixo, o processo que tenho utilizado com melhores resultados nesse tipo de terapia.
A sala de atendimento deve estar à meia-luz, com temperatura ambiente de agradável para quente e com músicas suaves ao fundo, podendo ser acrescida de um som de água em movimento (como uma fonte, por exemplo) para levar ao estado de relaxamento.
Peço ao paciente que deite-se de costas, numa posição confortável, e explico que a respiração deve ser ininterrupta, bucal e torácica e que a velocidade e o ritmo serão ditados por uma gravação de uma pessoa respirando, bastando apenas imitar a respiração gravada. Informo também que tonturas, formigamento, principalmente nos braços e pernas, coceiras, agitações e tetanias (cãibras) fazem parte da ação terapêutica do exercício, bem como o desejo incontrolável de rir ou chorar ou mesmo gritar. Aconselho o paciente a seguir o que o seu corpo e mente estiverem sentindo e pedindo, liberando qualquer reação de maneira natural.
Durante cinco a dez minutos induzo o paciente a aprofundar o relaxamento chegando próximo ao estado alfa. Em seguida libero o som gravado da respiração que será um pouco mais rápida e bem mais profunda do que a respiração usual. Após um intervalo de tempo em que as tetanias começam a aparecer, altero a velocidade da respiração para mais rápido. As tetanias são um forte indicativo de que o processo já está em pleno vigor.
A aceleração provoca uma mudança comportamental, geralmente levando o paciente um estado catártico, fazendo movimentos bruscos e contínuos, como se estivesse se desvencilhando de algo. Há casos, no entanto, em que o paciente interrompe o ciclo de respiração e entra num estado de auto-hipnose, podendo ficar um grande tempo imóvel, ou balbuciar palavras desconexas. É o momento de expurgar aquilo que lhe causou dores, medos ou traumas.
Finalmente, após o paciente ter atingido o ápice da Respiração Circular, o ritmo e a intensidade começam a voltar ao normal. Nesse instante, a gravação da respiração é desligada restando apenas uma música relaxante de fundo. É o momento da regeneração emocional que pode durar vários minutos e até mesmo horas.
O terapeuta deve aguardar o retorno espontâneo do paciente para encerrar a sessão.
Particularmente, costumo chamar esta técnica de Respiração Holotrópica, uma vez que a idéia do termo é a que mais se assemelha ao objetivo que como terapeuta busco nessa técnica. Holotrópico é uma palavra grega e significa mover-se em direção ao todo.
No estado de consciência alcançado por esse trabalho o paciente consegue acessar vários (senão todos) níveis de seu ser, trazendo a tona toda a experiência adquirida desde o nascimento e até mesmo antes disso, nas memórias arquetípicas somatizadas pelo inconsciente coletivo.
(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

Técnicas de Meditação - 01




Pranaiama

O Pranaiama é a base para todas as terapias que trabalham com respiração e envolve técnicas estudadas há milênios na Índia e boa parte do Oriente onde o ato de respirar é visto não só como um meio de oxigenar o corpo, mas também o condutor da energia vital, o Prana ou Chi, para alimentar nosso corpo energético e nosso chacras.
Segundo a visão dessa técnica, o ato de respirar pode ser dividido em vários aspectos: ritmo, intensidade, localização, modo e tempo.
O ritmo é a variação da velocidade do ciclo respiratório, indo desde bem lento até arfante. A intensidade vai desde uma respiração superficial até bem profunda. A localização refere-se ao ponto do corpo em que a respiração alcançará, ou seja, o tórax ou o abdome. O modo é a definição do canal de entrada do ar, podendo ser tanto nasal quanto bucal. Finalmente, o tempo refere-se à duração de cada um dos quatro movimentos da respiração, quais sejam, inspiração, espaço cheio, expiração e espaço vazio.
É possível aplicar uma infinidade de técnicas diferentes de respiração usando as variações desses conceitos e o terapeuta deve saber utilizar a melhor combinação dos aspectos citados de forma a alcançar o resultado desejado.
Sabe-se que muitas escolas de artes cênicas utilizam técnicas de variação respiratória para alcançar estados emocionais desejados em determinadas situações de cena.
Uma das formas mais simples de utilização do Pranaiama é a observação diária dos estados emocionais e da relação com os aspectos da respiração. Sabe-se, por exemplo, que uma respiração com inspirações rápidas e profundas e expirações longas e onduladas são a base da indução ao choro, assim como respiração com inspirações e expirações lentas e profundas e com espaços longos levam a um estado de relaxamento e serenidade.
Também é aconselhável a padronização dos quatro tempos (inspiração, espaço cheio, expiração e espaço vazio) em três ou cinco segundos para pessoas que sofrem de insônia alcançarem o relaxamento necessário para uma boa noite de sono.
Portanto, observar os cinco aspectos da respiração em cada estado emocional e criar uma espécie de “manual de minha respiração” pode ajudá-lo a deixar determinados estados emocionais indesejados com a simples mudança nos padrões respiratórios.
Tudo isso leva à conclusão há muito percebida pelos iogues de que a respiração é a porta de entrada da energia vital, aquela que pode nos levar desde estados intensos de êxtase até profundas depressões.
(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

terça-feira, 19 de maio de 2009

uma aula sobre meditação




Vídeo "Meditação e Projeção Astral" no Google.


Para quem quer saber um pouco mais sobre meditação, energia, corpos sutis, universo, holismo, espiritualidade, consciência, etc., esse vídeo é bastante indicado. Tem pouco mais de 43 minutos. É só entrar no google e procurar pelo nome "Meditação e Projeção Astral". Aproveite!

vem aí!!!




Projeto Prisma



O Projeto Prisma será um ciclo de palestras ministradas juntamente com dinâmicas de relaxamento e meditação, visando desenvolver o potencial humano dos participantes.

Será dividido em dois módulos: O Módulo Pessoal e o Módulo Empresarial.

Aguarde e em breve daremos mais notícias sobre o projeto.

trecho do livro "caminho das flores"





O Labirinto

Vinícius estava deitado em sua cama quando ouviu um ruído vindo de dentro de seu guarda-roupa. Então, levantou-se para ver o que havia acontecido. Ao abrir a porta do móvel, deparou-se com algo inacreditável; por trás das roupas penduradas nos cabides havia uma entrada, uma passagem secreta que descia para algum lugar subterrâneo. O rapaz nunca havia notado a existência daquela passagem e, por impulso, resolveu entrar para ver aonde aquele caminho iria dar. Lá dentro, as galerias eram escuras, construídas com tijolos não rebocados e com o piso de cimento rústico. No teto, não havia acabamento nem iluminação e mesmo as paredes não tinham tochas para serem acesas, como se costuma ver em filmes. O mais engraçado era que, apesar de não carregar consigo nenhuma lâmpada ou lanterna, os lugares por onde o rapaz caminhava estavam sempre claros, como se houvesse sobre sua cabeça uma luz a acompanhá-lo, iluminando o ambiente todo ao seu redor, aonde quer que seus passos o levassem. Aos poucos, Vinícius percebeu que se tratava de uma espécie de labirinto, já que havia várias passagens que davam acesso a outros corredores, às vezes paralelos, às vezes transversais, no interior daquela intrincada construção. “Como eu nunca havia percebido esse esconderijo antes?”, questionava-se o rapaz. Era realmente intrigante como tal passagem nunca havia sido notada. Morava naquela casa desde que se lembrava por gente e jamais encontrara ou ouvira alguém falar sobre aquilo. Vez por outra, seus passos o levavam a alguns cômodos maiores que exibiam várias passagens para outras daquelas ruas entrelaçadas. Havia em Vinícius um certo deslumbramento por poder explorar o lugar, como se houvesse algo a ser descoberto, talvez um tesouro, no fim daquele complicado caminho. A curiosidade era aguçada a cada passo dado, aumentando a ansiedade por descobrir o desfecho daquela situação. Não havia vestígios de outras passagens secretas, apenas corredores, entradas, salas e mais corredores. “Quem conseguiu construir tudo isso aqui e por quê?”, tentava raciocinar Vinícius. “Não entendo para que serviria toda esta obra! Deve haver algum propósito pra isso tudo e eu tenho que descobrir!” Caminhou por um bom tempo tentando entender o que se passava até que os pensamentos cessaram e a luz começou a diminuir a sua volta. Nesse instante, todo o corredor escureceu e em alguns segundo tudo havia desaparecido de sua frente. Seus olhos estavam olhando para a penumbra de seu quarto. Havia, mais uma vez, sonhado com o labirinto. A idéia de uma construção subterrânea como essa, cuja entrada situava-se em algum lugar já conhecido, que não continha tal passagem quando acordado havia visitado suas noites de sono em outras ocasiões. E as sensações e dúvidas eram sempre as mesmas.

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

trecho do livro "sociedade dos sete caminhos"



O misterioso envelope


A campainha tocou antes das nove horas. Embora eu estivesse acordado, ainda não havia me levantado da cama. Estava curtindo um pouco mais daquele resto de descanso numa manhã de sábado. Era um dos poucos horários livres que tinha durante a semana, em meio ao estágio e à faculdade.
Ao abrir a porta da rua, notei um envelope tamanho ofício jogado no abrigo.
Era estranho! O correio não costumava passar aos sábados e havia a caixa de correio para ser colocada a correspondência. Além disso, o carteiro só apertava a campainha quando havia alguma encomenda grande para ser entregue; do contrário, apenas colocava a carta na caixa, sem se incomodar em avisar-me.
Fui até o portão para tentar enxergar alguém que pudesse ter feito a entrega. Olhei para todos os lados, prestei atenção especial na praça em frente à minha casa, mas nada. Não havia ninguém! “Talvez seja um daqueles pedidos de colaboração financeira para tal instituição, dizendo que passará pegar o envelope amanhã”, pensei.
Quando peguei a estranha entrega para examinar percebi que não havia selo ou qualquer carimbo que denunciasse sua origem e o peso evidenciava que a encomenda continha algo mais do que papel. Notei que havia impresso no lado onde deveria estar o remetente um símbolo em marca d'água. Era um heptágono com a figura de um homem em pé, as pernas juntas e os braços esticados na horizontal, segurando com cada uma das mãos aqueles pratos de balança pendurados em correntes. No prato esquerdo havia uma serpente e no direito, uma cruz. Em cada um dos sete ângulos internos havia um pequeno símbolo, todos eles diferentes. Não havia remetente. Do outro lado, o invólucro estava lacrado com um selo do tamanho de uma moeda grande, contendo o mesmo desenho. Também não havia destinatário.
“Será que é realmente para mim?”, questionei-me. Havia estudado algumas coisas sobre simbologia, já que história era um curso que permitia e, às vezes, exigia tal conhecimento, principalmente em se tratando das civilizações antigas. Mas nunca tinha visto aquele símbolo. Nem mesmo em livros sobre as escolas de mistério da Antigüidade lembrava-me de ter estudado algo como aquelas figuras.
“Acho que terei que levar para o Christian dar uma olhada nisso aqui no encontro de amanhã. Provavelmente ele saiba do que se trata”, conclui.
Entrei para a sala e, após certa hesitação, resolvi abrir o envelope, acreditando ser eu o “destinatário oculto” dele. Usei todo o cuidado possível para não danificá-lo e nem ao selo. Para minha surpresa, dentro havia um medalhão também em forma de heptágono e um papel semelhante os antigos papiros.
O medalhão tinha uns doze centímetros de diâmetro e uns três milímetros de espessura e tanto ele quanto a corrente onde estava pendurado eram feitos de um metal escuro como o bronze, porém leve. De um dos lados, em meio a uma fina moldura, existia em relevo e no centro do medalhão a representação de um homem com trajes provavelmente orientais sentado em posição de lótus, tendo sobre ele o abrigo de uma árvore frondosa e abaixo dele, da esquerda para a direita, algumas pedras em forma de ziguezague como se fossem passos. Do outro lado, o medalhão tinha a palavra Udaya gravada em superfície lisa. Aquela figura não era estranha, mas não conseguia lembrar-me o que poderia representar.
No papiro havia algo escrito:




Conhecerá a existência dos Sete Caminhos aquele cujos anseios incluam a busca pelo crescimento pessoal e espiritual.
Descobrirá o rumo dos Sete Caminhos aquele cujas virtudes manifestem a dedicação, a honra, o altruísmo e a benevolência.
Percorrerá a estrada dos Sete Caminhos aqueles cujo caráter abranja a serenidade, a dignidade e a humildade.
Alcançara o portal da Sociedade dos Sete Caminhos aquele cujas caminhadas revelem sabedoria.
Atravessará o portal da Sociedade dos Sete Caminhos aquele que compreender para que fora Enviado.




A mensagem causou-me muita estranheza. Por um instante pensei tratar-se de alguma charada enviada por um dos meus antigos amigos. Certa vez, havíamos planejado fundar um clube onde os membros iriam criar enigmas e enviar aos demais. Aquele que solucionasse primeiro ganharia pontos e o membro de maior pontuação permaneceria como presidente do clube enquanto liderasse a pontuação. Mas a idéia não havia saído do papel e isso já havia ocorrido há anos, quando ainda éramos garotos sonhadores. Além do mais, havia o medalhão.
Pensei, depois, tratar-se de alguma seita, alguma sociedade secreta, alguma escola de mistérios... mas não cheguei a nenhuma conclusão plausível.
Realmente, precisaria da ajuda de Christian para decifrar a mensagem e entender para quê serviria o medalhão que a acompanhava.




(Autor: Alex Francisco Paschoalini)